A visita do Presidente da República ao país vizinho impele À análise da relação remota e, agora, promíscua entre Portugal e Espanha. Sobretudo porque surge, mais uma vez, a indiscutível analogia entre Portugal e Portalegre. Parece desconexa esta associação, contudo não é! A verdade é que existem inúmeras semelhanças no comportamento de um país e cidade relativamente a um outro país e cidade contígua.
Portugal consolida a proximidade económica e política com a Espanha. Não obstante a todos os benefícios dessa aproximação, a verdade é que existem perigos consideráveis de submissão. E isto lembra qualquer coisa que se tornou trivial nos nossos dias. A ida em massa dos portalegrenses a Badajoz.
Os habitantes de Portalegre e cidades próximas da fronteira fazem, especialmente, de Badajoz uma segunda casa. As causas são críveis: um mercado bem mais vasto; mais oferta; consequentes preços baixos; e claro o ouro impossível de censurar, a gasolina barata! É inolvidável o peso dos argumentos que os cidadãos advogam. Fundamenta a preferência pátria do estrangeiro. Portugal e Portalegre (pois não consinto que a cidade se refugie na culpa do maior) não podem desprezar o seu papel de mentores de uma mudança imperória desta tendência. Lembrando que rejeitar não é repudiar, mas sim não sucumbir a esta condição aguda. Exortar o comércio local, regional e nacional; Criar conjunturas que erradiquem o medo de arriscar e não condicionem a vontade de ousar, são meios para não prorrogar a situação. Restringindo-me à cidade, o centro comercial novo, que já é uma certeza, é em si uma tentativa de lograr. O facto de surgirem locais cujas características sejam similares obriga os habitantes da cidade e terras circundantes a escolherem Portalegre em detrimento de Badajoz. Paralelamente a esta, é premente consciencializar os comerciantes residentes da sua responsabilidade neste projecto arrojado. É obsoleto protelarem a posição dogmática que têm tomado nos anos antecedentes. O cepticismo ao aparecimento de rivais é o caminho para o seu fim. Têm de se adaptar À evolução catalisando a situação. Em lugar da renitência e contundência á possibilidade de surgirem novos estabelecimentos, aproveitarem-na em seu benefício. O problema é a dificuldade em coadunar a mudança com o proveito próprio. O apego À estagnação conduz À desaprovação do que é novo pela inalienável ameaça. No entanto é positivo ver-se para lá do aparente. Mais comércio é sinónimo de mais procura e, obrigatoriamente, mais consumidores para as lojas existentes. Isto se a intransigência não for o móbil, manter a arrogância dos preços insuportáveis para a maioria não é opção. No que diz respeito à população, e excepcionalmente, pouco pode fazer. Pois o patriotismo concorre com um mercado mais acessível. As responsabilidades não são imputáveis, uma vez que o nacionalismo não nos garante a sobrevivência, só conforta a alma e o facto é que não se vive de estados anímicos. Assim o fim das incumbências camarárias e responsabilidades dos comerciantes representa o início das obrigações dos cidadãos. Quando estiver superado o que actualmente é condicionante (pouca oferta e preços altos), não haverá razão plausível para a repulsa do nacional em prol do estrangeiro.
No fim de tudo, é curioso constatar como o particular sintetiza o geral, neste caso específico. Da mesma maneira que Portugal luta por uma aproximação a Espanha sem comprometer a seu desenvolvimento, Portalegre debate-se com a fuga dos seus sem levantar rivalidades. De condenar veemente são os motivos que nos levam até ao vizinho. Ao contrário do que acontece com os espanhóis, nós, os portugueses, só procuramos em Espanha o que é incomportável em Portugal. Não exploramos a sua cultura, juntando o útil ao agradável. Badajoz, Valência e muitas outras terras adjacentes Às fronteiras nativas estão confinadas ao carácter injusto do comércio. Desprezando-se o seu carácter histórico. É categoricamente importante que as nossas idas sejam motivadas pelo ímpeto ao incremento cultural, e a futilidade se concentre em Portalegre, sem esquecer o resto!
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