Estou protegida pelas tuas muralhas. Por enquanto! Vagueio pelas tuas ruas procurando as respostas para as dúvidas, não para as perguntas. As soluções são minhas e por isso procuro-as em ti! Porque eu também sou um pouco de ti e tu deténs uma grande parte de mim. Curioso este ímpeto de absorção do que te identifica. Sinto-me sedenta do que és. Paralelamente estranho, porque sei que a valorização não advém de um saudosismo precoce. A ebulição dos sentimentos não adultera a forma como te vejo. És objectiva sendo, paradoxalmente, subjectiva! Como é que de oxigénio diário vais passar a recarga esporádica? Percorro o que, para mim, é indissociável do que és. Conjunturas e espaços sem os quais deixarias de ser. Inspiro e interiorizo-te! Não te levo, trago-te comigo!
Estou rodeada e tomo consciência da pluralidade e diversidade que se impõe aos meus sentidos. Guardo os cheiros, memorizo as caras, olho o chão, o céu...tudo o que amanhã para mim será passado e que em tempos foi futuro! A banalidade tornar-se-á raridade. Como a mudança de percurso implica a alteração de tudo e de qualquer coisa...
Chove, faz vento, estás cinzenta e escura. Diria soturna, lúgubre, infeliz! Mas não. Sinto-te alegre, optimista e risonha. E é aqui que o subjectivismo é hegemónico. És o reflexo de um estado anímico. O elo que nos liga resulta numa simbiose complexa. Beligerantes na forma de ser e harmoniosas na forma de interagir. Como? Perguntas. Aceitas-me e eu aceito-te. Não te critico, antes tento compreender-te. A proximidade das nossas vivências é cada vez maior. Entender-me é perceber-te. Manténs a relutância À mudança porque receias perder-te. Temes e afastas o risco porque a segurança não te põe à prova. Enquanto cómoda não desiludes. Porquê tanto medo, se o que te aguarda é melhor?
Não te reserves À manutenção de uma imagem desde sempre associada, porque o resultado será a frustração contigo mesma e consequente desilusão dos que em ti acreditaram. Preserva a alma e não te sentirás ameaçada. Antes da veracidade aos que em ti apostam, tens de ser fiel ao que és. O avalo do alheio é um corolário do carácter. Todos nós somos só um sítio, quando sucumbimos às expectativas de terceiros, ignorando as nossas. A Existência pressupõe querer ser. Os estatutos não são garantias, mas batalhas eternas. Não te agarres à ilusão do destino. Acontece quando procuras que aconteça. Não evites transformar-te quando sentires a imperatividade de tal. Os alicerces não são o que tens mas o que és.
A vagarosidade é qualidade quando erradica a precipitação, mas defeito quando sustenta a indolência. Não te escondas em quem julgas nunca te poder largar. Esse refúgio é artificial, o alimento do medo que te impede de viver. Não tens de ser sempre igual para seres coerente. Não é a rotina, a continuidade dos hábitos ou a durabilidade de uma caracterização que solidifica quem és. Não desistas do sonho, não defraudarás os que não duvidam do teu potencial. Invalida a importância do exterior quando for fomento de um bem-estar erróneo. Enquanto esperas a admiração, enaltecimento e idolatração esqueces a orientação certa: regalo interior. O prestígio é inerente à confiança nas tuas escolhas. Não confundas amor com dependência. O apego a alguém ou alguma coisa não é obstáculo, mas a necessidade desse alguém é o adubo da fragilidade. O consenso não é habitual. Não queiras Tróia e Grécia!
Paradigmas só enquanto materialização de ideais, nunca aspiração a cópia. A busca À repetição de arquétipos é, concomitantemente, a fuga a uma identidade correspondente a uma vontade: a de ser! Enquanto espelho de uma maioria sonante és objecto de modelos enganosos. Ousa e desafia o horizonte e superarás a limitação e adversidade. O fim é uma imposição dos resignados. Quimera para os audazes. A consciência de que podes quando queres faz da plenitude verosímil. Inefável...a sensação de cumplicidade que se desenvolve entre nós. Sou eu! És tu! Mas também somos!
Não sentes? O futuro não é suposição. Não é sumptuosa esta sensação de independência da predestinação. És insigne não porque insistes na diferença sem critério, mas porque as directrizes por ti são ditadas. Regozija-te com a autonomia sem chegares à arrogância de te presumires auto-suficiente. Sentimentos são obrigatoriedade a uma vivência salutar e grandiosa. Afinal o fim é tão simplesmente a conciliação, o conúbio, o conjunto de uma série de princípios, valores e faculdades assimétricas. A confiança na clivagem da ambivalência afasta-nos do meio-termo, patamar que no fim de contas é o culminar de uma guerra perene.
Assim, Portalegre: és velha e nova. Retrógrada e irreverente. Ponderada e obstinada. Mas sempre tu! Eu luto pela refulgência, não te confines ao crepúsculo das tuas paredes altas. Eu parto e tu ficas. Mas o vínculo ao compromisso de não menorizarmos a capacidade de concretizar é inalienável da verdade que nos uniu. Se não te conhecer um dia ou tu me esqueceres, falhámos uma e outra, e as duas!
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