Quinta-feira, 23 de Março de 2006

Renovação!Não restituição!


Portalegre ,por situações adversas, virou cidade grande! Não em proporções ou em  dinamismo, esclareça-se, mas em sintomas. As horas de ponta, agora, existem; o chegar a casa muito para lá dos 5 minutos após o fim do horário é uma constante; as buzinas e as refelices, os acidentes acontecem com alguma frequência; o trânsito passou de fluído a caótico; as pessoas de pacientes  e calmas a stressadas; a cidade de esquecida virou tema de conversa, Tudo isto por causa de um programa, chamado pólis, que excedeu os prazos estipulados ( claro que não podíamos fugir à nossa Natureza). O termo, que lembra as cidades organizadas e estruturadas da Antiguidade Clássica, é agora distorcido por um panorama de máquinas, buracos, valas e lama.


O que vale é que mesmo não podendo ignorar ou fugir (porque persegue-nos em qualquer rua) desta catástrofe, existe a katársis. Depois da tempestade, que parece não passar, virá a bonança. Mesmo que agora pareça impossível e longínqua. Nada é criticável, a não ser este naturalismo intrínseco de “Bom Português”, que insiste em deixar tudo para a última. Portalegre foi notícia, porque é a única cidade que vai exceder os prazos.


Mas nem tudo é mau. É bom constatar que, pela primeira vez, Portalegre não ficou à margem das cidades eleitas para o desenvolvimento. Foi considerada merecedora do projecto, cujo objectivo é torná-la mais atractiva, moderna e chamativa. Infelizmente, Portalegre e Portugal não têm, somente, a inicial em comum. São constantemente esquecidos, confundidos com uma Espanha ou uma Elvas; consideradas abaixo do nível de um país desenvolvido ou capital de distrito, preteridas em função de outros ou vilas circundantes; e presos a um passado recheado de um História promissora;


Portalegre tem de passar a ser cidade de futuro e não de outros tempos. Atractiva para todos e não desejo de fuga para muitos. Dinâmica e mudança, têm que ser imperativo. É preciso insistir e apostar em medidas como  a da agenda cultural, que tanto mudou Portalegre. Promoveu-a e fez com que fosse foco de notícia pelos melhores motivos. Tem de se apostar no teatro, no cinema, na música, no lazer, no desporto para que a nossa cidade vire serra de gente. Tem de se inverter as linhas do êxodo. Fazer com que a noite de Portalegre seja destino; as ruelas das muralhas rumo de fim-de-semana: a serra de São Mamede local de turismo.


A cidade tem de crescer, não pode ficar, eternamente, fechada na redoma da impossibilidade e desmotivação, embalsemada nas críticas de sempre, ou estagnada por estigmas e rótulos, que parecem, perenes.


publicado por portalegreeomundo às 20:02
link do post | comentar | ver comentários (1) | favorito

Meio termo:onde andas?

Ontem vi uma reportagem com o alto comissário das Nações Unidas. Entristeceu-me e fez-me pensar. É uma verdade adquirida de que o Mundo é ambíguo e, especialmente, antagónico, mas quando constato este facto fico revoltada.

Depois da barreira criada durante a Guerra Fria, que dividiu o Mundo em duas partes, parece ter nascido uma outra que, embora invisível, bem mais difícil de destruir ou transpôr. Já não chegam as fronteiras para nos dividir, as assimetrias para nos afastar, como ainda todas as condicionantes e jogo de interesses para agudizar e efectivizar a distância.

África, América Latina, Médio Oriente, Sul Asiático são algumas das regiões mais pobres. Onde as necessidades básicas são ainda alimentação, água potável, o saneamento básico, a habitação (ou existência dela)... Mais contraditório e revoltante é o facto de muitos desses países possuírem todos os instrumentos para se tornarem fortes potências. São ricos em matérias-primas, possuem mão de obra, têm solos férteis, recursos naturais, águas abastadas...uma panóplia de situações propícias Às actividades económicas primárias, como a agricultura ou a pesca. O problema é deles, mas não só deles. Num Mundo onde se tenta a globalização, com aspirações uniformes e objectivos comuns, não se pode responsabilizar, exclusivamente, a má condução nesses países. Principalmente quando muitos deles, senão a maior parte, foram vítimas de guerras civis duradoiras fruto, por sua vez, de um abandono precoce e mal equacionado por parte das potências coloniais.

Maior que o peso do passado, é o peso do futuro. Pois a evolução destes países continua subjugada aos interesses dos mais ricos. Ao contrário do que se insiste em passar: a incapacidade das instituições, a culpa é dos países prósperos, insaciados por uma ganância pura de crescer mais, mesmo que em detrimento de outros.

O que se pretende quando se fala de ajuda não é dependência. É incrível e irrisório, a maneira como a História se repete e como nós não aprendemos com ela. O que se faz agora é semelhante com o que os E.U.A fizeram com a Europa (através do Marshall Plan) e com a América Latina (através de um conjunto de acordos que implicaram a dependência militar, económica e política, em prol de uma América mais unida). Repete-se o mesmo com estes países. A curto prazo é fundamental darmos comida, roupa, água para garantirmos a sua sobrevivência, mas longo prazo temos que dar os alicerces para que se tornem autónomos.

Num Mundo que se pretende global, não pode haver selecção dos que podem ou não fazer parte dele. Tem de haver um crescimento conjunto para que se consiga o intuito.

É um facto, ou mais outro, que esses países são, tendencialmente, governados por pessoas que não correspondem ás suas necessidades. A pobreza é enorme, mas a corrupção é ainda maior; Os recursos económicos são poucos, mas  a vontade de os aproveitar é ainda menor. É verdade que, mesmo com boa intenção, o caminho que esta tem de percorrer para chegar ao destino está recheada de cruzamentos e caminhos obscuros. Assim, sem o mínimo de seriedade de quem dá e quem recebe, é difícil iniciar ou incrementar algo que seja. Mas também é verdade que esta não é a única razão. As barreiras levantadas ao investimento das poucas industrias que possuem , os mercados que são submetidos aos interesses dos maiores, o livre-cambismo que só beneficia os que já são ricos dificulta, ainda mais, a situação. O fosso deixou de ser entre ricos e pobres, e começa a ser crescente entre culturas. Como contrariar a tendência? Perguntam. Para começar substituir o peixe pela cana de pesca!


publicado por portalegreeomundo às 20:00
link do post | comentar | favorito

Uma questão de perspectiva!


Aos 18 anos percebi que o modo e a intensidade com que sentimos, como vemos, como interpretamos ou correspondemos está, directamente, ligado com a maneira como estamos. Conclusão óbvia, eu sei, mas que só começou a fazer sentido agora. Agora, que tenho a noção da condição do Existencialismo. Mais do que nunca, agora percebo como vivo os corolários da escassez. O tempo é escasso e impões escolhas; a intensidade da necessidade é graduável e relativa, porque depende da intensidade com que se sente a escassez. As proporções e dimensões não são inequívocas, unívocas ou objectivas. Só agora entendi a essência do indivíduo, o que provoca uma consequente perda do protagonismo da multidão ou do grupo. Calma! Não sou ou não apelo ao egocentrismo, nem tão pouco ignoro os grupos sociais que estratificam as sociedades, o que quero dizer é que para mim a concretização do sucesso terá como ponto de partida o “eu” para chegar ao fim: o “nós”. O todo é no fundo um conjunto de sucessos individuais.


O defeito das ideologias políticas, talvez, esteja precisamente no que assumem como prioridade. Cada uma com os seus radicalismos, subdividem-se em duas, consoante a atenção ao grupo ou ao indivíduo. De um modo muito singelo é isto! O Socialismo, ou partidos de esquerda, a prioridade é o grupo, o bem-estar social, a justiça....Os partidos de direita concentram-se na eficiência, no indivíduo.


É difícil conceber tal coisa, porque isto não são mais do que ideias ou divagações de alguém inexperiente, mas acho que o segredo poderá estar na fusão. Se pensarmos não é assim tão transcendente nem está tão longe da realidade. Afinal de contas, o que tem sido a política de Sócrates senão uma fusão de medidas que sintetizam e abrangem ambas as ideologias? O sucesso está à vista! Acho eu! A alma é de esquerda mas a cabeça é de direita; A política é de centro e não tende, visivelmente, para nenhum dos lados. Porque, inauditamente, agrada a gregos e a troianos; Não prescinde do investimento, não ignora o capitalismo, não rejeita ou renúncia à arte das privatizações (porque também não conseguiria), tem como armas a inovação e o desenvolvimento a partir de métodos capazes e concretizáveis. Mas não esquece que uma sociedade só o é quando plural e, por isso, cria projectos para uma educação acessível a todos, embora não totalmente grátis,; não esquece a saúde, mesmo fechando algumas maternidades e escoando pessoal; Contudo, é preciso não confundir necessidades com facilidades. Para a saúde ser gratuita não quer dizer que certos serviços tenham beneces que abranjam 3 ou 4 gerações; para que se construa instituições sólidas e competentes, como os tribunais, não quer dizer que os seus funcionários tenham 3 meses de férias, e por aí adiante...


É preciso ser coerente em tudo, mas sobretudo nas críticas. Temos que começar a perceber que quando criticamos sempre, os argumentos são sempre os mesmos  e os resultados até são contrários perdemos credibilidade. Independentemente das minhas escolhas políticas, que nada interferem na análise, temos que reconhecer que este governo é dos mais activos.


Voltando à ideia central, a tal da perspectiva, o exemplo elucida a tese. É preciso investir no indivíduo para que o todo funcione. Os dois pólos não são só compatíveis, como ainda interdependentes. Só somos com o outro, já dizia Aristóteles, mas o conjunto só funciona quando tem “uns”. A própria História o demonstra. Porque é que a auto-suficiência deu lugar à interdependência; a auto-produção Às trocas comerciais?


Os países , as pessoas especializam-se e é a partir dessas aptidões diversas, consequentes necessidades opostas , que nasce a ordem espontânea, que a todos beneficia. O Homem só funciona quando: tem interesses; e tem prazer (principio hedonístico e Lei do menor esforço). O egoísmo é qualquer cosa de inerente ao Homem, mas também necessário. É a partir dele que nos tornamos exímios em alguma actividade e nos tornamos úteis para os outros. Somos bons no que gostamos, superamos o sacrifício porque os benefícios se sobrepõem às desvantagens. Esforçamo-nos e somos mais competentes quanto mais aptos e interessados. É neste círculo recorrente e constante, muitas vezes, inconsciente e, absolutamente, natural que nasce uma sociedade, onde somos um conjunto de indivíduos!



publicado por portalegreeomundo às 19:59
link do post | comentar | favorito
Segunda-feira, 20 de Março de 2006

Sei lá!

No normal e expectável comportamento, fruto da ignorância, quando era mais pequena e estudava certos filósofos, apelidava-os de loucos. Como qualquer pessoa, encarcerada no meu senso-comum, antes de iniciar a filosofia , considerava esta última actividade de malucos. Coitada de mim! Nem percebia que todos nós, independentemente de termos consciência ou não, filosofamos. Pois todo o ser humano reflecte e se angustia com o que o rodeia. Mas esquecendo esta parte da filosofia e retomando o cerne da questão, o seja, os verdadeiros filósofos, lembro-me de muitos deles não os entender e, até me irritar com as suas transcendências. No entanto, e mesmo ainda não compreendendo muitos deles, já os consigo admirar e concordar com muitas das coisas que dizem.

Fora todas as verdades que foram capazes de atingir precocemente, compreendo, nesta altura e mais que nunca, os autores das utopias. Às vezes, quando paro e olho, eu própria me vejo desejosa de fugir para o Mundo Inteligível do Sócrates, ou reino dos Fins do Kant, ou ainda para ilha encantada do Thomas Moore. Ultrapassando os extremos, censuráveis por vezes, a eles associados, temos que reconhecer que seriam modelos a ter em conta. Locais perfeitos para umas boas férias para alguns dos nossos políticos.

Sinceramente, começo a achar imperativo uma alteração no nosso Código da Política(que não existe) para ver se isto muda. Fazia-lhes bem uma “aragenzinha” por essas terras encantadas e tão perfeitas, só para tiraram moldes de conduta, paradigmas, leis... Qualidades como comedimento, temperança e sabedoria nunca são de mais  quando se fala de alguém que tem a seu cargo um país, uma instituição, uma organização... no fundo alguma parte do futuro.

Por mais que pense ou escreva sobre diversos assuntos, e de áreas não coincidentes vejo-me sempre presa na teia dos valores, princípios e conflito inerente: sou eu que estou obcecada com tal coisa, e por isso me estou a tornar repetitiva?; Ou a Humanidade está realmente carente de tais alicerces?

Sinto-me , um bocadinho, menos estúpida quando vejo que as minhas ideias são comuns a outros, tais como Edmund Burke, que disse “Não é o meu advogado que me diz o que posso fazer, mas o meu sentido de justiça, de Razão, de Humanidade.; e José Fernandes, que disse “À falta de valores vamos multiplicando as leis”. O Homem perdeu o sentido de Humanidade, ou melhor, alteraram-lhe os cânones. Fazendo com que, actualmente seja apenas um escudo ilusório que esconde interesses particulares, não foi pelo sentido de Humanidade que o Bush invadiu o Iraque?

Por outro lado, constato que o Direito tem, hoje, um papel mais que indispensável e central numa sociedade, mas a sua função já não se esgota na função de orientação, de penalização... agora também já funciona como preenchimento de lacunas do esqueleto moral do ser humano. As leis crescem em tamanho e poder, porque o Homem para fazer tem que se sentir ameaçado!

Aos que se revoltam contra a crescente auto-suficiência do homem, resta-lhes a esperança, mesmo sentindo-se uns verdadeiros D.Quixotes, combatendo contra moinhos de vento!”


publicado por portalegreeomundo às 10:39
link do post | comentar | favorito

A geração dos Mil euristas...

A nova geração está aí e com características bastante peculiares, e desenvolvimentos, à partida, inesperados! Pois seria de esperar que alguém com o canudo na mão, boas notas, bilingue, até, trilingue, com um leque de estágios (muitas vezes não remunerados) e um percurso escolar invejável, conseguisse um emprego! Mas não, o futuro destes não se coaduna com o seu esforço ou determinação, e assemelhasse ao dos outros que optaram por uma vida mais fluida em termos de trabalho escolar. Preferem não fazer planos para o futuro porque o dia depois de amanhã é incerto e, assim, vivem resumidos às vinte e quatro horas de um dia e à segurança de um tempo temporário.

O que não me incomodava, agora assusta-me... Porque, ainda pertenço aos que estão do lado de cá Estou no limiar do início da minha especialização e, consequentemente, dedicação a uma área específica. Há tantas coisas que não entendo e gostava de perceber! Seguindo um raciocínio lógico, basta pensar: se a sociedade é composta por diversas faixas etárias, se reformam uns, outros terão que ocupar os seus lugares, supostamente, lugares esses destinados aos que se formam; se a s nossas taxas de natalidade são cada vez mais baixas e a população mais velha supera, e muita, a mais nova como se explica que não haja emprego?

O que se cria em incentivos com vista ao incremento da escolaridade, alfabetização e formação é proporcional ao que surge como desincentivos na nossa sociedade, levando a acreditar que a frustração é um caminho mais que certo! /Acreditei, e se calhar ingenuamente continuo a acreditar, que os, chamados, bons se safam sempre, mas nesta altura, e depois do que tenho lido, não sei, se não será presunção e desprezo por aqueles que já são bons e se encontram nesta injusta condição, reduzidos ao estritamente possível. De valorizar todos esses que tiveram a força para fechar a porta dos sonho, deixarem de pensar no ideal e substituírem o óptimo pelo o suficiente!

E, desta vez, não vale a pena culpar o governo, porque numa época de globalização e livre circulação de mão-de-obra; em tempos de emigrantes a baixo custo e mais qualificados, é impossível resistir, e impedir a situação económica e laborai consequente. A solução parece ser a mesma para os nossos, vingar lá fora! As costas largas dos governos já não chegam para tantas palmadas, até porque são tudo crises inevitáveis a curto prazo. E do conhecimento de todos que uma opção implica custos e benefícios, a escolha pela U.E, quanto a mim bem tomada, tem a vantagem da união e aproximação de diferentes povos, por diversos elos, mas também, tem a desvantagem da substituição dos nossos por eles.

O que nos resta é viver, e como para mim, viver não é possível sem sonhar ou lutar, continuar a acreditar, tendo como exemplo o do que nos substituiu, não como rival mas como exemplo. Acho que o segredo está em diferenciarmo-nos dele sem esquecer-mos a paixão que nos levou a ir por aquele caminho e não por outro...


publicado por portalegreeomundo às 10:38
link do post | comentar | favorito

Escutas telefónicas:a nova moda!

Parece que isto as escutas telefónicas já não é, somente, assunto que envergonha Bush e a sua tão própria maneira de governar! Além de hábito, está pestes a tornar-se medida a tomar por diversos países, com vista a garantir a segurança! E o pior, é que o hábito já se pratica antes da medida estar consagrada.

De vez em quando lá surge a notícia das escutas com a sua inerente e inseparável polémica: foi o caso das escutas a telefones de membros do Governo e Presidente da República, em Portugal; o exemplo das escutas na Grécia, feitas pela Vodafone, cujos alvos foram, novamente , membros do Governo; nos E.U.A, que não me atrevo a mencionar exemplos, porque isso por si só seria a notícia;

Cada vez mais me rendo aquelas mentes brilhantes que conseguem anteceder o futuro, e aqui não falo de bruxos ou videntes (que agora andam muito na moda) mas de grandes senhores, como Nietzshe (que preveu as duas guerras mundiais), e neste caso, o famoso realizador do filme “Big Brother”. Destingo-os, dos primeiros porque as suas previsões não se baseiam em visões, mas em análises ao ser humano, à sociedade, à Humanidade. E é isto que mais me assusta, será que é assim tão nítido e evidente esta tendência do Homem para o mal refugiando-se no bem?. Porque, ora vejamos, se nos situar-mos, por momentos num plano afastado e reparar-mos com imparcialidade a nossa forma de estar e desenvolvimento do Estado, constatamos que o mesmo decide tudo Será porque não confia na livre conduta do ser humano, incluindo naqueles que deviam ser paradigma, aquando nas suas funções, de confiança? Ou será que o poder está de tal forma concentrado que é obrigação do Estado usá-lo para o nosso bem? E o ridículo é que nos sentimos confinados a concordar com tais medidas, pois têm um duplo efeito, curiosamente antagónico, ou seja, quanto mais para o bem mais restringem a liberdade de cada um! Por exemplo, é indubitável que a proibição do tabaco, em certos sítios, seja uma boa medida, há-que garantir a saúde dos que escolhem uma vida sem vícios. Mas será que esta atitude, de suspender o tabaco respeitando os que não fuma, não deveria partir dos que fumam em respeito aos restantes?; ou então, a proibição de comidas rápidas ou excessivamente gordurosas nas cantina, mais uma vez é inolvidável o bom-senso desta medida, mas pergunto: não devia partir dos pais esta educação, e passagem de bons hábitos alimentares e horários aos seus filhos de maneira que estes, mesmo tendo o bar aberto, optassem pela cantina?, ou ainda, outras mais ridícula, e que de tão singelas ninguém repara nelas, o sinal que proíbe deitar lixo para o chão nas praias, sem duvida indispensável , há-que manter e fazer perdurar a beleza das praias, mas, mais uma vez, não devia partir de cada uma este comportamento, sem que estivesse ameaçado por algum tipo de repressão?

Tudo isto só me leva a concluir que caminhamos no sentido da desconfiança crescente, que nasce em nós mesmos e se expande para as nossas relações, ao ponto de ser assunto de Estado. Pois, porque é o que estas escutas querem dizer: falta de confiança nos orgãos do poder, ao ponto de se ter a necessidade de uma “escutazinha” telefónica ao Sr. Presidente, só para garantir que este está no bom caminho. Não sei se foram as décadas de Guerra fria que criaram este medo e desconfiança constante que agora não se cinge a dois pólos, mas se enraizou nos mais altos dirigentes de um país.

Com esta necessidade cega de reforçar a segurança, ninguém se apercebe que não confiamos no nosso vizinho, porque não confiamos nos nossos princípios, nos nossos valores, livre arbítrio- sucintamente- em nós!


publicado por portalegreeomundo às 10:37
link do post | comentar | favorito
Sábado, 18 de Março de 2006

DESENHOS DE MAOMÉ

Assunto que abrangeu a maior parte de todos os jornais, telejornais, debates, rádios... durante semanas, mas que, acima de tudo abalou, atingiu e, quanto a mim, destruiu pilares que levaram séculos a construir e ,muitos mais, a solidificar!

Infelizmente e ao contrário do que muitos apregoam não se trata de míseros desenhos com uma "ironiazinha" subjacente e uma "pitadazinha" de sátira, que se possam restringir ou, mesmos, esgotar na interpretação de cada um. Estes desenhos e todos os símbolos escolhidos para os compor não foram uma mera escolha aleatória, cujo objectivo era, só, testar a capacidade de paciência do outro lado. Só por acaso, e se ainda não se reparou, esse outro lado constituem as facções mais

/

radicais do Mundo. E importante ter em conta que todos os povos que se sentiram ofendidos e ressentidos pelo que foi feito sob, na sua maioria, gente cega pela religião e pêlos seus valores, incapazes de reagir de maneira pacífica ou inteligente, nestas ocasiões. Sem querer ofender, a verdade é que estes povos chegam parecer-se com povos primitivos, isolados da sociabilidade ou Humanidade! Porque, quanto a mim, queimar a bandeira de um outro país ou usá-la como tapete, ignorar, ridicularizar e menosprezar um acontecimento que representa o sofrimento de milhões de judeus...é isso mesmo! Actos selvagens de quem não tem um mínimo de nacionalidade ou sensibilidade para medir consequências.

Na minha opinião, e é preciso clarificar, não está em discussão a gravidade do acto de quem fez e publicou tais de senhos, porque não me junto aos facciosos europeus que defendem, a todo o custo, quem os fez usando como argumento a liberdade de expressão, e criticam os que reagiram sem qualquer critério plausível. Ou seja, para mim o que é discutível não é a reacção de cada uma das partes, mas a maneira como optaram fazê-lo!

Em primeiro lugar, e começando por analisar o autor dos desenhos e quem os publicou parece-me haver, antes de mais, incoerência nas desculpas posteriores ao acto. O jornalista defende-se com o editor, este último mantém-se no silêncio, sem explicar se quer dizer consentimento! Mas esquecendo este aspecto e debruçando-me sob o que é o cerne da questão, foco dois aspectos: a liberdade de expressão, tão mencionado estas semanas; e a maneira coo esta é usada ou deturpada! A liberdade de expressão devia ser absoluto e inquestionável. Contudo. E importante não esquecer o tão famoso cliché de que a liberdade de cada um termina onde começa a do outro, o que quer dizer que só somos , verdadeiramente livres, quando sabemos de forma autónoma onde parar. Limites que tema sua origem nos valores e princípios de cada um. besta forma, acho que cabia ao jornalista ter atenção do que estava a atingir e a quem estava atingir 8não por razões de medo), e se, ainda assim, permanecesse a vontade de fazer a graça e provocar um tremor no Mundo, ser mais brando. Não por medo, repito e reforço, da reacção alheia mas, simplesmente, por respeito. Recomendava-lhe, assim uma obra ou outra de Kant, onde se fala de Lei Moral e imperativo Categórico e de como é partir deles conseguimos atingir os valores que defendemos, como: a liberdade! Neste sentido aproveito a onda, para criticar a atitude dos governos ocidentais, porque apesar de tudo este assunto nunca deveria ter saído do âmbito da imprensa, nem ser razão suficiente para que os mais altos governantes viessem, em público, pedir desculpa: duplo erro. Porque quando falamos de Mundo, falamos de diversas formas de vida, de multiplicidade de culturas e , por isso, inúmeras formas de interpretação. Para qualquer pessoa a atitude do presidente da Dinamarca ou de Portugal, seria um acto de coragem e uma maneira de atenuar a violência. Mas, para os muçulmanos, enclausurados na sua raiva, foi mais uma vitória, mais um degrau para o seu orgulho, pensando que os europeus se rendem, para não dizer outra coisa, perante o Islamismo e o fundamentalismo associado.

Por sua vez, e no que diz respeito à atitude contrária, a situação é um pouco mais complexa. Sinto-me de alguma forma limitada, para que não caia na contradição e toque coisas que não conheça. E por isso, vou-me restringir ao que julgo serem valores universais. Parece-me abismal, indescritível e inqualificável maneira como esses povos escolheram refilar ou expressar-se. A única palavra que me ocorre é -  ridículo) Reconheço que para eles seja difícil aceitar democracia, diplomacia, coexistência...mas daí a chegarem ao extremo a que chegaram é inconcebível. Foi-lhes reconhecida a razão, foi dito que cabe , apesar de tudo, à ética da imprensa atender às diferenças d culturas e suas susceptibilidades e, mesmo assim continuaram os gritos de guerra pelo Médio Oriente fora! Com isto só mostraram ao Mundo como estão fechados numa ideia, completamente errónea, dos valores que os movem.

Para concluir, verifico que, mais uma vez, de um assunto situado no tempo, no espaço.

específico e pontual, se retira um diagnóstico do que se tornou o nosso mundo. Entrámos, e vamos custar a sair, no tempo de subestimar outras culturas; relativizar, ignorar, desprezar e, até, gozar, com situações dramáticas que marcaram a História contemporânea; de não olhar a meios para atingir os fins, usando tudo como objecto para conseguir mais um feito pessoal! Resume-se tudo a uma necessária e imperativa revolução de princípios, capaz de transformar a conduta de todos nós! Eu acredito! E para aqueles que se escondem na multidão, duvidando da capacidade do indivíduo, aqui está a prova de como o "um" pode abanar o mundo. A mudança esta, mesmo, nas nossas mãos!

 


publicado por portalegreeomundo às 20:27
link do post | comentar | favorito

BALANÇO ANUAL

Passado um ano de executivo socialista é, já,  altura de fazer uma retrospectiva ao nosso Governo. Claro que um ano, tendo em conta a duração de uma legislatura, é insuficiente para apreciar ou julgar a governação de um país, mas é, apesar de tudo um espaço considerável para que se avaliem, pelo menos, indícios!

Quanto à opinião pública subdivide-se em, para não fugir ao que é característico no nosso país, em dois extremos: os que apoiam e valorizam; e os que contestam e injuriam;

Apesar de não ser típico em mim, situo-me nos poucos que compõem o meio termo, com queda para o valor positivo. Isto porque acho que a avaliação a um governo não se pode restringir À concretização das medidas propostas, além desta, tem que se ter em conta muitas outras situações, entre as quais a própria situação do país, que limita as acções do Governo. Portugal é um país que atravessa um período de crise, sobretudo, de auto-estima, o que intimida a política de qualquer partido. O povo está alerta e À mínima medida, contrária ao projecto prometido, reage de maneira eufórica e exagerada, pedindo logo a exoneração. É por tudo isto que o meu balanço é positivo. Mesmo contrariando ou não respeitando algumas promessas, como aconteceu, acabam por pontuar na coragem e capacidade de compensar os que em si votaram.

Repetida, eu sei, ,mas a coragem e persistência são as palavras que melhor caracterizam este governo. Entre privatizações, aumento da carga tributária, passando pelos cortes na saúde para alguns serviços, saltando pelas fortes mudanças nos principais sectores, mencionando, ainda, a alteração da política externa, considero que o Governo não teve medo e esta postura é o primeiro passo para ser credível. 


publicado por portalegreeomundo às 20:27
link do post | comentar | favorito

A NOVA POLÓNIA!

Fico perplexa quando me apercebo que vivo num Mundo, ainda, tão antiquado, rústico, até! Pensava que a escolha de certos caminhos pressupunha a conquista de certos alicerces, que por isso, passariam a ser inquestionáveis, mas não. Isto tudo porque olho em redor e, aqui mesmo ao lado, no centro de uma Europa que se diz desenvolvida, reside um país cujos governantes persistem numa reforma que, quanto a mim é um retrocesso. Depois das eleições e vitória dos gémeos, parece que a Polónia quer iniciar a IV República, mas de uma forma um pouco estranha, tendo em conta o que é normal numa República! E aqui que surge a minha dúvida: Será que República não requer democracia, e apor sua vez, esta não exige laicismo? Deveria ser uma pergunta retórica ,mas não é!

Uma sociedade é constituída por diversos campos e variadas ordens. Uma democracia deve, e friso o "deve", ser um conjunto de órgãos com funções respectivas que, apesar da interligação com outros exteriores à política, têm, e reforço o "têm" de ser independentes.

Sem dúvida, e isto para não me acusarem de herege, deve haver inter-ajuda. A ordem do trato social, religiosa, moral e jurídica devem interligar os seus campos e áreas de intervenção, mas na medida do possível, nunca excedendo ou abusando dos seus limites. E, antes de mais, importante não confundir ajuda com necessidade ou dependência.

Nesta Polónia o que se pretende é a construção de um Estado com auxílio, predominante e determinante, da igreja. Segundo os irmãos Kacynski, há que travar a queda da igreja e tornar a religião o principal aliado na concretização das medidas do Governo.

N minha modesta opinião: mal! Primeiro porque, hoje, a religião é facultativa, num país multicultural as religiões são diversas; depois, porque os cidadão votaram nos partidos e não nos padres que os senhores Kacynski pretendem como consultores de cabeceira. Perdoem-me a ironia, mas parece-me inconcebível, que depois das sociedades europeias terem sido paradigma de desenvolvimento, onde os principais valões eram: relação com a Nação, soberania e laicismo; se tente voltar, e agora exagero, a um género de teocracias da Idade Média.


publicado por portalegreeomundo às 20:24
link do post | comentar | favorito

A NOSSA MENINA...

Desemprego, inflação, défice...é do conhecimento geral, e parece, até ridículo repeti-lo, que a economia portuguesa está em crise. Mas para lá deste facto, parece-me urgente e indispensável, um esclarecimento da parte dos entendidos do que realmente se passa com o nosso país. Isto porque, e admito a minha completa ignorância em matéria económica, parece-me haver demasiadas discordâncias e, até, contradições no que os "experts" dizem. Apesar de ser néscia no assunto, a minha atenção à actualidade permite-me constatar que das duas uma: ou o que se passa não correspondem ao que dizem; ou, o pais caminha para um cabo por que o das tormentas, com um mostro maior que o Adamastor e, desta vez, sem Bartolomeu Dias.

Ontem ouvia um economista dizer que se a economia evoluísse, como se esperava, o desemprego aumentaria. B é aqui que a minha incompetência no assunto se manifesta, porque me é difícil conceber tal fenómeno: expliquem-me como e isto possível? Ora, se uma das coisas que gera riqueza é o trabalho, se há menos empregados não se devia registar um retrocesso económico, ao contrário do que afirmam? Por outro lado, e na sequência desta afirmação, recordo o susto que o ministro da Finanças, Correia e Campos, pregou aos portugueses quando disse que se tudo se mantivesse seria impossível assegurara os encargos de saúde aos utentes sem estes se tornarem pagadores, na totalidade, A pesar de admirar a sinceridade e coragem do ministro (coisa invulgar, especialmente em momentos como este, nos políticos), denoto, mais uma vez, uma certa controvérsia, com o que outro ministro, o da economia afirmou, ou seja, que haveria evolução económica, havendo mais dinheiro, supostamente há mais meios para gastar com esses campos.

Sem um grande mergulho em valores, o que salta à vista e aos nossos ouvidos é: aumento do desemprego, aumento dos impostos, aumento do consumismo (outro fenómeno engraçado, que julgo ser fuga à depressão individual)e, paralelamente, uma diminuição do nosso orçamento. Para onde vai o dinheiro? Será que estamos assim tão endividados com a nossa UE? Será que o plano de endividamento é tão grande que o processo é de retoma prolongada e duradoira, ao ponto de não ser possível investir no plano interno?

E, as consequências divergem... Para além, das insónias, do mau aspecto dos portugueses por tantas noites mal dormidas, das lamúrias, da procura de psicólogos e aumento do escoamento dos anti-depressivos.... acho que, nos próximos tempos, vamos assistir ao desaparecimento do Estado-Providência, à semelhança do que está a acontecer na França. O Estado, independentemente da política e ideais inerentes à ideologia, caminha para a incapacidade de garantir as bases da sociedade: saúde, educação, emprego...começando, simultaneamente, o processo de tirar aos ricos para dar aos pobres, e aqui falha a justiça!

Acima de tudo, e é isso que gostava, devia haver um esclarecimento sem filtro ou omissões falhou a mão invisível do Adam Smith, ou foram as falhas sucessivas de diversos governos que no puseram onde estamos? Chega de depressão ou tangas, é tempo de resposta

publicado por portalegreeomundo às 20:23
link do post | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Outubro 2007

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30
31


.Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

.posts recentes

. ...

. ...

. ...

. Quando n...

. Quando a predisposição da...

. ...

. ...

. ...

. ...

. ...

.arquivos

. Outubro 2007

. Maio 2007

. Março 2007

. Fevereiro 2007

. Janeiro 2007

. Dezembro 2006

. Novembro 2006

. Outubro 2006

. Setembro 2006

. Agosto 2006

. Julho 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

.favoritos

. ...

. ...

. ...

. A...

. O cinema: um horizonte da...

. ...

. ...

. Unidad...

. A mudança ...

. Já aspira altitude…

SAPO Blogs

.subscrever feeds