No normal e expectável comportamento, fruto da ignorância, quando era mais pequena e estudava certos filósofos, apelidava-os de loucos. Como qualquer pessoa, encarcerada no meu senso-comum, antes de iniciar a filosofia , considerava esta última actividade de malucos. Coitada de mim! Nem percebia que todos nós, independentemente de termos consciência ou não, filosofamos. Pois todo o ser humano reflecte e se angustia com o que o rodeia. Mas esquecendo esta parte da filosofia e retomando o cerne da questão, o seja, os verdadeiros filósofos, lembro-me de muitos deles não os entender e, até me irritar com as suas transcendências. No entanto, e mesmo ainda não compreendendo muitos deles, já os consigo admirar e concordar com muitas das coisas que dizem. Fora todas as verdades que foram capazes de atingir precocemente, compreendo, nesta altura e mais que nunca, os autores das utopias. Às vezes, quando paro e olho, eu própria me vejo desejosa de fugir para o Mundo Inteligível do Sócrates, ou reino dos Fins do Kant, ou ainda para ilha encantada do Thomas Moore. Ultrapassando os extremos, censuráveis por vezes, a eles associados, temos que reconhecer que seriam modelos a ter em conta. Locais perfeitos para umas boas férias para alguns dos nossos políticos. Sinceramente, começo a achar imperativo uma alteração no nosso Código da Política(que não existe) para ver se isto muda. Fazia-lhes bem uma “aragenzinha” por essas terras encantadas e tão perfeitas, só para tiraram moldes de conduta, paradigmas, leis... Qualidades como comedimento, temperança e sabedoria nunca são de mais quando se fala de alguém que tem a seu cargo um país, uma instituição, uma organização... no fundo alguma parte do futuro. Por mais que pense ou escreva sobre diversos assuntos, e de áreas não coincidentes vejo-me sempre presa na teia dos valores, princípios e conflito inerente: sou eu que estou obcecada com tal coisa, e por isso me estou a tornar repetitiva?; Ou a Humanidade está realmente carente de tais alicerces? Sinto-me , um bocadinho, menos estúpida quando vejo que as minhas ideias são comuns a outros, tais como Edmund Burke, que disse “Não é o meu advogado que me diz o que posso fazer, mas o meu sentido de justiça, de Razão, de Humanidade.; e José Fernandes, que disse “À falta de valores vamos multiplicando as leis”. O Homem perdeu o sentido de Humanidade, ou melhor, alteraram-lhe os cânones. Fazendo com que, actualmente seja apenas um escudo ilusório que esconde interesses particulares, não foi pelo sentido de Humanidade que o Bush invadiu o Iraque? Por outro lado, constato que o Direito tem, hoje, um papel mais que indispensável e central numa sociedade, mas a sua função já não se esgota na função de orientação, de penalização... agora também já funciona como preenchimento de lacunas do esqueleto moral do ser humano. As leis crescem em tamanho e poder, porque o Homem para fazer tem que se sentir ameaçado! Aos que se revoltam contra a crescente auto-suficiência do homem, resta-lhes a esperança, mesmo sentindo-se uns verdadeiros D.Quixotes, combatendo contra moinhos de vento!” |
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