Sexta-feira, 15 de Setembro de 2006

Já aspira altitude…

 

Vagueio por Portalegre e respiro ambição de ser maior e melhor. A cidade cresce quantitativamente e qualitativamente. Os bairros surgem, as ruas prolongam-se, os condomínios alastram-se…o que pressupõe incremento da população e, por conseguinte, desejo de alguém ou de muita gente aqui permanecer e constituir vida. Percorrendo todas as pontas da cidade constata-se o ímpeto de crescimento e, não obstante ao carácter superficial da situação por se tornar habitual, o facto é que muito quer dizer. Mais do que um aglomerado de apartamentos, infra-estruturas ou casas, todas estas construções arquitectónicas traduzem o desejo de ficar em Portalegre. Construir mais significa ser mais. A nossa cidade amplia e refuta a tendência do abandono inelutável do interior. E para lá do desejo de estar perto da família ou apego à terra; integração nas características do local ou simplesmente alternativa; a verdade é que Portalegre alberga e espera mais gente porque se transformou e, agora, se situa num plano acima do Alentejo envelhecido e estagnado. Sorrateiramente começa a fugir do estigma, deixando de estar circunscrita ao Âmbito de cidade arrastada.

Os sinais não se cingem ao nascimento de inéditas partes habitáveis, mas também ao aperfeiçoamento e melhoria do que já existia. Depois de todas as ofensas e ataques aos governantes locais pelos transtornos sonoros e de mobilização, eis que renasce a cidade. Com uma fisionomia díspar da precedente e inerentemente com intuitos divergentes. O que se pretende progressivamente é a irradiação da circulação dos transportes públicos e o desaparecimento do trânsito privado. Portalegre mais limpa, saudável e movimentada. O Protocolo de Quioto não nos abrange, mas nós também não esperamos por pressões ambientais. É um facto indiscutível que a satisfação ainda é miragem! Apesar dos parques de estacionamento já serem vários e se encontrarem centralizados; haverem autocarros e mini-autocarros que se adaptam aos horários dos estudantes, trabalhadores e turistas passando em pontos específicos pontualmente e frequentemente; existir uma rede rodoviária com horários estipulados e intercalados que colmata a distância do centro… ainda há muito por fazer. Por exemplo, apostar veemente nesta dualidade do transporte aliado ao ambiente; impedir a circulação dos carros e motorizadas no centro, criando alternativas que não prejudiquem a autonomia do indivíduo; de uma forma geral, exercer descriminação positiva a quem adere a esta iniciativa de oxigenar e libertar Portalegre dos carros, buzinas e cansaço. As medidas podem passar pela simplicidade: preços acessíveis a quem opta pelo transporte público em detrimento da comodidade particular; preços igualmente irrisórios nos parques de estacionamento, de maneira a que se opte por deixar o carro no mencionado local enquanto se encontra na cidade, deslocando-se a pé; meios para os que moram nos arredores (e não só nas terras contíguas) optarem pelo transporte público, permitindo a estes preterirem, também, do transporte individual. Claro que é indispensável e absolutamente crucial que exista a ligação custo/benefício e que o último supere o primeiro, como mandam as leis da economia, para que exista vontade de contribuir.

Assim e como seria de prever o esforço é indissociável do progresso e tem de partir da Câmara, da cidade, dos serviços e entidades locais, mas, simultaneamente, da população. Intrínseco ao ser humano é a crítica e ao cidadão a contestação. Por tendência pugnar é um hábito, já reconhecer responsabilidade é esporádico. É fulcral que os Portalegrenses interiorizem o papel que detêm neste plano de mutação para o desenvolvimento. E, concomitantemente à indignação e revolta com o que está mal, proporcionem e fomentem o que está bem. Abdicar do nosso egoísmo é, em parte, contribuir para a sanidade citadina e, consequentemente conservar a qualidade de vida de todos e de cada um!


publicado por portalegreeomundo às 12:21
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