Há Dias folheava um jornal conceituado no meio da imprensa pátria e deparei-me com uma situação, que para mim ainda é, excêntrica. Portalegre em grande plano, como a cidade onde iria decorrer um conjunto de concertos dignos de publicidade ao nível nacional. Paralelamente à satisfação que me atravessou por ver que o anonimato como característica já é obsoleto, extraí todas as elações possíveis que o acontecimento suscitava.
Erradicando qualquer pessimismo que pode estar associado, a verdade é que existe uma proximidade entre Portugal e Portalegre no que diz respeito ao papel de protagonistas. Ou não aparecem, sendo relegados ao desprezo; ou surgem por motivos de forma alguma satisfatórios. Constatar que esta tendência deixou de ser inevitável, é realmente inefável. Portalegre emancipa-se! Os assuntos que antes, pareciam, transcender as preocupações da cidade, começam a fazer parte do seu quotidiano, como a cultura. Recentemente, foram criadas conjunturas propícias ao incremento cultural citadino e social. Eventos reconhecidos e com projecção invadem Portalegre e os edifícios compatíveis com a dimensão dos projectos que recebem são agora uma verdade visível em Portalegre. A cidade ousou, resta aos seus habitantes fundamentar essa audácia. A presença e enchentes não se podem confinar à novidade, mas devem presentear todos os acontecimentos com salas a transbordar. Assim, a Câmara, responsável pela agenda cultural, tem de manter o nível dos eventos alimentando a vontade dos Portalegrenses dependerem do que sacia a essência: a cultura. A efemeridade não pode ser o destino de mais um projecto intrépido. Caso tal acontecesse, a culpa seria plural para não variar! Pois se o vazio substituísse a adesão maciça a este ímpeto cultural, viria novamente à superfície o masoquismo de permanecer incólume ao crescimento e desenvolvimento. A cultura, importante lembrar, também é um dos principais sintomas de evolução, tanto a sua existência como o apoio exterior. A qualidade é o critério premente para a valorização e esse é um pressuposto indissociável das agendas culturais de Portalegre.
Impossível de negar, foi todo o sentimentalismo que me invadiu na altura, confesso. Juntamente à racionalidade equâmine, apoderaram-se de mim emoções imanentes ao contexto da notícia. Portalegre já se impõe ao País, sem para isso ser preciso um acontecimento ominoso. Em conjunto com as notícias que os conterrâneos transportam, Portalegre aproxima-se da diáspora alentejana de outras formas tão eficazes quanto a vontade dos que cá vivem não a deixarem cair no esquecimento.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. ...
. ...
. ...
. Quando a predisposição da...
. ...
. ...
. ...
. ...
. ...
. ...
. ...
. ...
. A...
. O cinema: um horizonte da...
. ...
. ...